quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013


SALVADOR
21 de fevereiro de 2013, 10:20

ACM Neto avisa que não repassa estações da Lapa e Pirajá ao governo do estado

Emerson Nunes
A Prefeitura de Salvador deve repassar a administração das estações de transporte para o governo do estado. A concessão dos terminais estaria incluída no acordo para que o metrô passe a ser responsabilidade do estado. Estariam fora do acordo apenas as estações da Lapa e de Pirajá, consideradas fundamentais pela Prefeitura de Salvador. A informação foi confirmada hoje pele prefeito ACM Neto (DEM), durante entrevista à Rádio Sociedade. “Nesses entendimentos com o governo do estado para transferir a operação do metrô, o governo está pleiteando algumas estações de ônibus. A de Mussurunga é uma delas, mas a de Pirajá e a da Lapa a Prefeitura pretende manter e as outras seriam transferidas”, explicou afirmando que “existe um projeto para a Estação da Lapa pronto, estamos fazendo um para a Estação Pirajá. Nós vamos buscar a iniciativa privada e a nossa ideia é transformá-las inteiramente”. Neto evitou falar sobre a polêmica envolvendo as Comissões Especiais instaladas esta semana na Câmara de Salvador. “Prefiro não comentar sobre os assuntos internos do legislativo. Não vou negociar com partido, nem com parlamentares, não me envolvo em brigas por comissões”. Ao mesmo tempo, sem citar o nome de João Henrique, o prefeito não poupou críticas à administração anterior. “Era uma situação que podia tudo, valia tudo e a gente começou a estabelecer regras. A Limpurb tinha apenas um fiscal para uma cidade de 2.800 mil habitantes. os empresários do lixo faziam o que queriam, mas eu botei 20 equipes de fiscalização e comecei a gozar as faturas dos empresários. Então, meu amigo, os empresários que não recolhem os lixos da maneira correta não recebem dinheiro. Eles estão começando a tomar multa. Os empresários do transporte público não pagavam ISS há muito tempo. Vieram recolher o ISS pela primeira vez no mês de janeiro”. Sobre a interrupção do repasse da verba para as clinicas privadas que atuam integradas com Sistema Único de Saúde (SUS), que fez com que pelo menos 150 clínicas privadas da capital suspendessem o atendimento aos pacientes pelo SUS desde o dia 12 de fevereiro, o democrata foi taxativo. “Eles reclamam o pagamento de novembro e dezembro e nós dissemos que íamos pagar o que era devido depois de ser auditado. Eles então resolveram parar. Pararam, mas sem prejuízo de atendimento à população, porque nós redistribuímos esses 8% de atendimento com apoio da rede filantrópica. Portanto não há desassistência, mas eu faço votos para que essas clínicas observem o papel que elas tem no atendimento a essa cidade”. O prefeito também fez questão de frisar que a interrupção aconteceu devido a situação deixada pela administração passada. “Eu recebi uma dívida total da Prefeitura de Salvador de R$ 556 milhões referentes ao exercício anterior, que se somam a 2,3 bilhões de dívida consolidada. Hoje a dívida beira os 3 milhões. Não havia outra alternativa, a não ser suspender os pagamentos como nós fizemos, auditar as faturas e apresentar o cronograma de pagamento. Nós não estamos decretando moratória, não estou dizendo que não vou pagar. Tenho que auditar essa dívida para saber o que é devido e o que não é devido. Eu só vou pagar o que for devido dentro de um programa de pagamento que a prefeitura vai apresentar. Esse programa de pagamento vai priorizar os pequenos, que tem pequenas faturas a receber e são faturas inquestionáveis”, complementou. Outro ponto abordado foi o clima de paz e harmonia entre os governos estadual e municipal até agora. “Há uma consciência tanto do governador quanto nossa de que é fundamental agora pensar na cidade. Todos sabem que a disputa do ano passado foi muito acirrada, mas eu fiz questão de descer imediatamente do palanque para colocar Salvador em um plano maior. Da mesma maneira aconteceu com o governo federal. Eu não posso apontar nenhuma dificuldade até agra, muito pelo contrário, o que tem havido é que, de lado a lado, tem havido muito respeito e vontade de fazer as coisas andarem. Eu quero é que governo tanto do estado quanto o federal possam investir bastante em Salvador. O que eles fizerem vão ter o meu reconhecimento”. ACM Neto aproveitou pala explicar as notícias divulgadas no início da semana, que davam conta do reordenamento do comércio de ambulantes nas passarelas de Salvador. Segundo ele, houve uma má interpretação da notícia. “Nós divulgamos que a partir desta semana nós estaríamos fazendo um trabalho de organização do comércio informal na cidade, mas não que haveriam ações para retirar os camelôs das passarelas. Nós vamos enfrentar esse assunto, agora com diálogo. O trabalho vai começar pela organização da Avenida Sete. A Prefeitura já iniciou um processo através da Fundação Mário Leal Ferreira e começou a desenhar um padrão para as barracas dos camelôs. Nós vamos dar condições dignas aos camelôs, mas nós vamos disciplinar onde pode e onde não pode ter camelô. Nós não vamos usar a força, mas nós vamos organizar sim. A ideia é que a gente possa relocar os ambulantes que estão nas passarelas dando espaços em outras áreas públicas, para que eles possam atuar. Eu acho que a passarela é local de deslocamento de pedestres”, afirmou. Ele também comentou o que acha do perfil fake na internet, onde o personagem Prefeito Netinho trata dos assuntos municipais de forma cômica e aproveitou para negar qualquer relação com o perfil. "É engraçado porque as pessoas especulam todo tipo de coisa, né? Não sei quem é, tenho muita curiosidade, porque é uma pessoa extremamente criativa. Mas eu fico numa situação meio difícil de opinar. Primeiro eu acho engraçado, todo mundo acha engraçado. É uma forma artísticas de se manifestar, com respeito. Como a internet é um espaço de livre manifestação, não cabe a mim fazer censura. Se fosse uma coisa ofensiva, tudo bem. Mas eu respeito e de vez em quando dou risada”, concluiu.

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