terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O único convite que o PT me fez na vida me desconvidou no dia seguinte”, diz presidente da FGV na rádio



SALVADOR
29 de janeiro de 2013, 09:23
Emerson Nunes
O presidente da Fundação Gregório de Matos (FGV), Fernando Guerreiro, explicou em entrevista à Rádio Metrópole, os motivos que o levaram a aceitar o convite do secretário Municipal de Desenvolvimento, Cultura e Turismo, Guilherme Bellintani, para comandar a Fundação. “Acho que Neto é acima de tudo um gestor moderno, contemporâneo, que ultrapassa os limites partidários. Ele quer primeiro recuperar e depois imprimir um ritmo de modernidade à cidade do Salvador”, comentou ressaltando que não pediu e nem se ofereceu para ocupar o cargo atual. Segundo Guerreiro, existe uma diferença de organização nas atuais esferas estadual e a municipal. “O único convite que o PT me fez na vida me desconvidou no dia seguinte. Me convidaram para fazer parte do Conselho de Cultura da Bahia e no dia seguinte me desconvidaram”. Ao ser questionado sobre a atual situação da FGV, o presidente foi taxativo. “Eu peguei uma Fundação praticamente sucateada, solta. Várias mudanças precisam ser feitas para que a Fundação Gregório de Matos Volte a funcionar. (...) A gente tem na nossa mão alguns equipamentos: o Teatro Gregório de Matos fechado, tudo é abandonado pela metade; uma Igreja da Barroquinha, que viveu um processo de restauro que depois foi abandonado, para se ter uma ideia, houve um incêndio em um prédio ao lado e a parede está para cair em cima da igreja; temos um dos arquivos públicos mais importantes do país com documentos raríssimos, precisamos digitalizar esses documentos; tem a Casa do Benin e os 200 monumentos, que estão abandonados... por causa do vandalismo. A população precisa ter uma relação de pertencimento com a sociedade, de cuidar do que é delas”, afirmou. Guerreiro também afirmou que está afastado das suas atividades culturais por conta da atual função. “Eu estou chegando na FGV às 9h da manhã e saindo 9h da noite. Eu quero estar focado nisso porque tem muita coisa para resolver”. Segundo ele, existe muito “trabalho à ser feito”. “A forma como as coisas acontecem hoje em Salvador não está agradando ao turista. Elas estão preferindo ir ao Rio de Janeiro e a Recife. O baiano recebe bem e é alegre, a gente sabe, mas é histérico. [Antônio] Risério tem uma frase que diz assim: uma cidade que faz festa o ano inteiro é uma cidade doente. Você pode ser alegre, mas essa alegria pode se tornar histérica. Salvador precisa voltar a ter uma noção de civilidade, mas o morador está vivendo em uma cidade destruída. A gente vai ter que resgatar essa civilidade. Qualquer cidade do Nordeste está melhor do que a gente. Mas Salvador é tão forte que não sucumbiu a isso”, refletiu.

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